Aumento de casos de ansiedade, depressão e insônia durante a pandemia
Devido à globalização, nos últimos anos, tem ocorrido um grande aumento de vírus altamente contagiosos em todo mundo. Mais recentemente, os surtos de AIDS, zika, SARS, MERS e ebola tiveram grande impacto econômico, político e psicossocial.
Estudos conduzidos durante e após essas epidemias, especialmente SARS (2003) e Ebola (2014) evidenciaram o medo generalizado com reações desproporcionais da população em geral, levando ao aumento de transtorno por estresse pós-traumático, ansiedade e depressão.
Os poucos estudos existentes sobre saúde mental das pessoas que atravessam tragédias como as epidemias citadas, violência em larga escala (ataque ao World Trade Center e assassinatos em massa) e desastres ambientais (rompimento de barragens, deslizamentos de terra e terremotos) ressalta o aumento dos transtornos mentais, além de abuso de substâncias, violência doméstica e abuso infantil.
Em situações de surtos ocorre um grande aumento de manifestações de adoecimento mental. Aumentam os transtornos mentais em pessoas sem doença mental, agravam-se aqueles com doença mental pré-existente e tornam-se mais susceptíveis os familiares de infectados. Mesmo não havendo exposição direta à infecção, pode-se vivenciar ansiedade, raiva, desesperança, medo de se infectar e de morrer, medo de perder pessoas queridas, insônia, sensação de desamparo e até mesmo culpa pelo adoecimento de alguém.
Dentre os principais estressores durante a pandemia pela COVID-19 destacam-se o medo da infecção, o isolamento físico, a inadequação das informações, a estigmatização e discriminação, as barreiras para vivenciar o luto daqueles que estão morrendo, além das perdas financeiras pela redução de salários ou perda de empregos.
A duração mais prolongada está associada a maior impacto na saúde mental, especialmente sintomas de estresse pós-traumático, comportamentos evitativos e irritabilidade. Sabe-se também que a solidão e redução de interações sociais são importantes fatores de risco para transtornos mentais como a depressão e ansiedade.
A pandemia causada pela COVID-19 tem tornado o luto mais difícil que o habitual. Os pacientes internados são impedidos de receber visita e em função disso familiares e amigos estão sendo privados da oportunidade de se despedir, ouvir e falar coisas fundamentais que precisam ser ditas no fim da vida. Em muitas cidades não se permitem cerimônias de velório e o número de pessoas é limitado. Não existem abraços, nem o habitual consolo do luto feito em comunidade. Assim, o cenário da atual pandemia predispõe à vivência de um luto complicado, em que se pode apresentar pensamentos ruminativos, ressentimento excessivo, perda de sentido na vida, insônia, isolamento social e grande dificuldade em aceitar a morte.
Diante de todo esse cenário mundial de isolamento social, é muito importante que cada um busque manter uma rotina, respeitando o tempo de sono e horários das refeições, incluindo atividade física e de lazer adaptadas à quarentena, além de interagir com familiares e amigos mesmo que à distância, por telefone, mídias sociais ou videoconferência. E caso essas medidas não sejam suficientes, procure ajuda profissional.
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Patrícia Machado da Silva - psicóloga CRP 01/9368
Fonte: Nabuco G, Oliveira MHPP, Afonso MPD. O impacto da pandemia pela COVID-19 na saúde
mental: qual é o papel da Atenção Primária à Saúde?. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2020;15(42):2532.
https://doi.org/10.5712/rbmfc15(42)2532
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